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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Amansando periquitos.

Aproveitamos a divulgação de um ensinamento por um criador de Campinas, São Paulo, Walter Ansante, "Amansando periquitos" e repassamos aos leitores do Vida de Periquito.

As vantagens de se amansar periquitos ou ter periquitos mansos na própria criação são muitas. Antes de tudo é interessante saber qual é o tipo de periquito mais indicado para essa finalidade, o sexo e idade também são importantes. Os dois tipos de periquitos (padrão inglês e comum) podem ser amansados, mas o ideal para essa finalidade é o tipo "inglês", principalmente devido ao seu tamanho maior (voa menos, mais quieto, etc.) e temperamento dócil (menos arisco, se assusta menos, etc.), características essas selecionadas pelos criadores visando principalmente as exposições. Quanto ao sexo, ambos podem ser amansados, mas é importante saber que as fêmeas quase sempre são temperamentais (com poucas exceções), isso implicará no futuro em bicadas muito mais vigorosas do que a dos machos. Por último a idade, obviamente quanto mais novo melhor, o ideal é amansar o filhote já desde o ninho.

Quanto às vantagens, vou citar algumas:
· Financeira, já que existe mercado para animais dóceis e mansos.
· Docilidade no manejo.
· Prazer pessoal na interatividade dos pássaros.

O processo para amansar os periquitos é bem simples na verdade, mas exige tempo e um pouco de paciência. Começa de manhã, na inspeção diária do ninho, onde observo filhote por filhote, se está limpo, seco e saudável, momento que eu administro a papa para filhotes com adição de albumina (com 80% de proteína) através de uma seringa (sem agulha) com um bico próprio para alimentar filhotes no ninho. A dose varia de acordo com a idade e tamanho de cada filhote. Nessa inspeção diária, procuro sempre fazer movimentos lentos e previsíveis com a mão e nenhum barulho repentino, além de carinho no rosto, inclusive sobre os olhos dos filhotes. Nessa região, logo atrás dos olhos está o ouvido do pássaro, o qual se esconde sob as penas. Notei que ao fazer esse movimento, vários filhotes literalmente bocejam o que me fez pensar que é possível que as fêmeas usem esse artifício para fazer os filhotes dormirem ou simplesmente tranqüilizá-los.

Após os filhotes saírem do ninho com aproximadamente um mês de vida, deixo-os no fundo da gaiola com os pais (desde que não estejam agressivos com os filhotes), com água e comida ao seu alcance. Depois de uns três ou Quatro dias (eles já estarão se alimentando sozinhos, porém ainda com ajuda dos pais) eu os separo em uma voadeira com outros filhotes que já sabem se alimentar sozinhos. Nessa fase, toda vez que inspeciono cada filhote, e a cada troca de tigelas de comida e água, procuro sempre fazer movimentos lentos com as mãos. Eventualmente um filhote curioso se aproximará dos seus dedos e tocará sua mão, isso deixará os outros muito interessados. Depois que o primeiro filhote perder o medo e se aproximar, será uma questão de tempo até os outros sigam o exemplo.

A partir do momento que os filhotes começam a voar, eu inicio o seguinte processo:
· No primeiro dia, entro no viveiro com um filhote no dedo e deixo-o voar durante meia hora, observando-o de perto.
· No segundo dia, se estiver voando bem o deixo uma manhã.
· No terceiro dia, se estiver voando bem o deixo definitivamente no viveiro.

O procedimento é simples, corpo imóvel, movimentando apenas a mão em direção a um pássaro específico (geralmente aquele que já está acostumado). Mostre a ele sua mão e aproxime devagar, pare quando faltar uns 20 cm, a partir daí se ele der sinal verde (como que querendo alcançar sua mão) você avança sempre devagar, mas se ele ameaçar voar não insista, recue e espere outro momento melhor. No caso de sinal verde, avance a mão e gentilmente encoste o dedo indicador um pouco abaixo do peito do pássaro (como se fosse um poleiro) e então faça uma pequena pressão contra o pássaro, isso basta para ele subir. A partir do momento que o pássaro está na sua mão, faça movimentos contínuos com o dedão para entreter o pássaro, pois se ficar parado, o animal irá embora. O mesmo procedimento vale se o pássaro estiver em gaiola.

Hoje em meu criadouro, aproximadamente 95% dos meus filhotes são amansados por mim, num processo natural. Quando entro no meu viveiro, passado o primeiro instante de medo, eles vão se aproximando aos poucos, e em pouco tempo estão interagindo com minha mão e não raro, subindo na manga da minha camisa, no ombro e às vezes puxando meu cabelo ou óculos. Às vezes há até briga pra disputar um lugar na minha mão... Acredite. Não raro, acontece de ter 8, 10 pássaros interagindo comigo, na mão, braço, ombros... Detalhe, não uso alimento ou guloseimas como isca.

Atenção a alguns detalhes, não tente fazer isso com pássaros adultos, pois a não ser que o criador do pássaro em questão o tenha amansado, será inútil e vai estressar o animal. As fêmeas, como já foi dito, bicam muito mais forte, então quando sentir algumas bicadas incômodas, é só deixar a mão cair, que eles voam.

2 comentários:

Carolina Granja disse...

Lindo trabalho esse do Walter! E difícil... Parabéns!

Julio Dutra disse...

Grande Carolina Granja quanto tempo! Como vai a cidade maravilhosa do Natal? Sol, praia e forró? Carolina esse criador, o Walter é um grande apaixonado pelos periquitos, ele viaja á Europa para visitar criadouros nada mais nada menos que o do Mr.Lutolf. Quando eu for a São Paulo agendarei uma visita ao Walter para conhecer seus periquitos. É realmente uma pessoa dedicada e sempre tem novidades para nós todos. Abraço Julio.